sábado, 12 de fevereiro de 2011

Federação de Bombeiros preocupada com cortes

Floresta ficará mais desprotegida e o combate aos fogos será mais perigoso, adverte Jaime Soares
O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra acusou o Governo e o ministro da Administração Interna de estarem a dar «verdadeiras machadadas na segurança das vidas e haveres dos portugueses» ao reduzirem o financiamento para «a manutenção no terreno» dos meios aéreos de combate aos fogos florestais.
Em nota à Imprensa, aquela estrutura diz subscrever as preocupações já manifestadas pela Liga de Bombeiros Portugueses com os cortes publicados em resolução do Conselho de Ministros, afirmando a sua «estupefacção e incompreensão» perante uma decisão «tão preocupante como perigosa».
A «diminuição drástica de equipamentos aéreos tornará a floresta menos protegida, com maior retardamento de actuação, o que, inevitavelmente, vem tornar os fogos florestais mais complexos, mais perigosos e mais atreitos à destruição dessa mesma floresta, dos haveres e vidas que lhes estão subjacentes», avisa a federação liderada por Jaime Soares, autarca de Poiares.
Um problema que, refere o comunicado, se agrava com as «consequências dos constantes cortes no apoio aos bombeiros, em viaturas, equipamentos e transportes no sector de saúde – problemas que querem capear com o acesso ao QREN, que não se sabe quando estará resolvido – obrigando os bombeiros a um esforço suplementar, muitas vezes desumano».

Pedido mapa com
meios disponíveis
Para a federação, os cortes nos meios aéreos poderão «desmantelar um sistema que, de uma forma ou de outra, vinha remediando muitas das insuficiências que todos os anos se detectavam pela falta de equipamentos mínimos necessários a uma actuação rápida e eficaz, em especial no que toca aos fogos nascentes».
«É aqui, nesta área, que se deve actuar de imediato, pois os fogos só atingem grandes dimensões se não forem extintos enquanto são pequenos», sublinha, lembrando que o «meio aéreo é, por isso, imprescindível nesta actuação primeira, não só pela sua rapidez de acção, como pela facilidade com que actua em muitas zonas inacessíveis aos bombeiros, sejam eles apeados ou em viaturas».
Jaime Soares considera que a floresta «continua desprogramada, desplaneada, desordenada e muita dela abandonada» e exige que seja dado a conhecer «um mapa com critérios rigorosos, onde se informe da quantidade de meios disponíveis e locais onde vão ser instalados» os apoios aéreos.
«Fica esta federação a aguardar, com carácter de urgência, que lhe sejam dados estes esclarecimentos, já que o distrito de Coimbra é de alto risco e não pode, em circunstância alguma, ficar dependente da leviandade dos governantes responsáveis por este sector», conclui o comunicado.

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